Mais uma vez, Antonio Muñoz Molina.
Publica-se uma nova tradução de "Viagem a Itália", um dos livros que eu levaria para a Ilha Deserta.
«Quando, em 3 de Setembro de 1786, Goethe não regressa das termas de Karlsbad a Weimar, mas, em vez disso, parte em segredo e incógnito para Itália, está apenas a levar à prática uma decisão pessoal adiada e um imperativo cultural de que nenhum homem de letras, intelectual ou artista pode prescindir a partir de meados do século XVIII.» (do Prefácio)
Obra escrita a partir dos diários de Goethe, Viagem a Itália é, como o próprio nome indica, uma descrição da viagem que o autor empreendeu a Itália, entre 1786 e 1788, e que constituiu uma peça marcante no seu percurso estético e filosófico.
A Itália, para Goethe, simbolizava o sul quente e apaixonado, por oposição a um norte frio e cauteloso, um lugar onde o passado clássico, embora devastado, se mantinha vivo numa sequência de espaços e num inventário de símbolos e de hábitos para os quais procurou significado, redescobrindo-se nas interpretações que foi criando no seu percurso.io
Tradução, prefácio e notas de João Barrento.